// AFETO (AMAR SEM TEMER) dezembro, 2017
Diretrizes. dezembro 2017
CENSURA OU NÃO CENSURA?
.
.
.
Esta é uma resposta a foto original censurada pela comunidade do @instagram seja por algorítimos, ou denúncia anônima, Foto postada em titulada por “o céu sobre nós” dia 18/12/2017 as 14:53 censurada no mesmo dia as 21:30 pela Diretrizes da Comunidade. O que incomoda? Censura ou não-censura?
// "sua publicação foi removida" mesmo com todos os pixels, minha foto é denunciada após de 24h postada. Nela dizia justamente um texto sobre corpos marginalizados e nossa forma de amor invisibilizada e censurada. Veja bem, uma foto com corpo neutro, de lado. "meramente representativa" incomoda mais do que corpos estereotipados, erotizados pela grande mídia. Observando como somos bombardeados por corpos belos, sarados, suados e a heteronormatividade gritando. É revoltante, saber que algo ASSIM, é denunciado e censurado. Mais um vez me coloca a pensar o espaço destes corpos enquanto arte, e enquanto artista que trabalha com corpos de uma forma não-sexualizada-heteronormativa. E o quanto nossa arte tem poder, e por mais que pensamos que somos livres, as nossas relações quando faladas ou mostradas de forma sutil e artística, ainda não tem espaço. O que importa é o capital em cima dos nossos corpos, do capital em cima da cultura lgbt, e em geral é por vezes banalizada, como se todos nós fossemos algo pop. Falar questões pertinentes, e sobre algo bonito que há dentro das nossas relações homoafetivas parece ainda ser um grande tabu, por nós gays estamos constantemente ligados a algo glamourizado, erotizado e estereotipado pela sociedade e pela cultura condicionada onde quer esconder vidas reais, com histórias reais. Que seja sempre algo belo, e de forma higienizada. Senão acabamos pelo risco de acusações de "querer causar", tem que ser algo sorrindo, higiênico e aceitável. E a minha arte não é sobre isso. É sobre a minha realidade, sobre a realidade de pessoas que existem. É sobre nós queers, que não somos gays-advogados de academia, é sobre nossa realidade, é sobre sutileza e sensibilidade.
// Assista ao Video-perfomance "O céu sobre nós" 2017
Conceito direção: Joe Nicolay
performers: Joe Nicolay e Douglas Florence
Music by "Manta Ray - Anohni"
"sua publicação foi removida" vídeoperformance "O céu sobre nós" 2017. Depois de 3 dias foi denunciada mais QUATRO outras publicações do mesmo. Confesso que por essa não esperava. // TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA? Corpos separados pela questão do gênero: meninas pra cá, meninos pra lá. Corpos magros, corpos silenciados, corpos apáticos, corpos marginalizados, corpos censurados, corpos amarrados. A arte, talvez, seja uma das primeiras manifestações da humanidade, já que sempre foi usada como uma maneira das pessoas registrarem sua história por meio de objetos, artefatos e pinturas, capazes de representar suas vivências de mundo (reais ou não), ideias, sentimentos e dúvidas. Enquanto isso, em pleno ano de 2018 temos corpos de livre expressão sendo censurados, ou pessoas com medo da própria censura. O que, de um lado, é visto com o olhar da polêmica, do outro, é apenas nossa vida. Crescemos sendo crianças viadas, apanhando dos machinhos nos banheiros da escola e tendo o tempo todo nossos corpos corrigidos e educados. Se, para alguns, uma mulher com um pênis é algo escandaloso, para nós é só mais uma pessoa. São realidades que precisam serem mostradas, são belezas, afetos ou até mesmo um vídeo que circulou na internet de uma travesti sendo brutalmente linchada com murros, pedradas e pauladas. (oq é melhor?) Alguém consegue sinceramente acreditar que a arte tem o poder de incentivar mais do que a realidade do cotidiano da cidade? É revoltante que a arte seja policiada e censurada, assim como vem acontecendo também com a educação. A arte tem sim sua função contemplativa, mas seu papel como desestabilizadora de certezas não pode ser diminuído, pois só assim é possível causar incômodo e promover novas ideias. O problema é que tudo o que essa gente conservadora não quer são novas ideias. A esperança que resta é que isso sirva como combustível para incentivar cada vez mais a produção independente de arte livre de censuras. Não são eles quem decidirão o que vamos ou não ver. Que tenhamos mais coragem e saibamos re(x)sistir quando é preciso. #censuranão
CENSURA OU NÃO CENSURA?
.
.
.
Esta é uma resposta a VIDEO original censurada pela comunidade do @instagram seja por algorítimos, ou denúncia anônima, Foto postada em titulada por “o céu sobre nós” dia 05/05/2018 censurada no mesmo dia pela Diretrizes da Comunidade. O que incomoda? Censura ou não-censura?