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// O céu sobre nós (amar sem temer) 2018

// Performance (ao vivo) 

 

Esta performance fez parte da exposição Coletiva 31.08 @memesantodecasa"

 

Corpos separados pela questão do gênero: meninas pra cá, meninos pra lá.

Corpos magros, corpos silenciados, corpos apáticos, corpos marginalizados, corpos censurados. 
A arte, talvez, seja uma das primeiras manifestações da humanidade, já que sempre foi usada como uma maneira das pessoas registrarem sua história por meio de objetos, artefatos, pinturas e fotografias, capazes de representar suas vivências de mundo (reais ou não), ideias, sentimentos e dúvidas. Enquanto isso, em pleno ano de 2018 temos corpos de livre expressão sendo censurados, ou pessoas com medo da própria censura. O que, de um lado, é visto com o olhar da polêmica, do outro, é apenas nossa vida. 
Crescemos sendo crianças viadas, apanhando dos machinhos nos banheiros da escola e tendo o tempo todo nossos corpos corrigidos e educados. Se, para alguns, dois homens homossexuais nus é algo escandaloso, 
para nós é só mais uma pessoa. São realidades que precisam serem mostradas, são belezas, afetos ou até mesmo uma realidade no país pouca falada, como o caso de um jovem casal de homens gays assassinados em abril deste ano de 2018 dentro da sua própria casa. Alguém consegue sinceramente acreditar que a arte tem o poder de incentivar e desestabilizar? É revoltante que a arte seja policiada e censurada, assim como vem acontecendo também com a educação nas discussões de gênero. A arte tem sim sua função contemplativa, mas seu papel como desestabilizadora de certezas não pode ser diminuído, pois só assim é possível causar incômodo e promover novas ideias. O problema é que tudo o que a mente conservadora não quer são novas ideias. A esperança que resta é que isto sirva como combustível para incentivar cada vez mais a produção independente de arte livre de censuras. Não são eles quem decidirão o que vamos ou não ver. Que tenhamos mais coragem e saibamos [r]existir quando é preciso. 

 

#censuranão performance e texto por Joe Nicolay estudante de artes visuais UFRGS. performers: Joe Nicolay e Douglas Florence.
@florencedoug registros por @bruna.todeschini @btfotografia

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